9.20 €
AVES DA MADRUGADA, AS
978-989-860-300-5
OrquÃdea é uma prostituta de Lisboa que vê morrer em cima dela em pleno ato sexual um cliente holandês. OrquÃdea não é uma pessoa insensÃvel ou demasiado calejada pela vida e profissão que pratica. E de qualquer modo o seu “tio Hansâ€, nome atribuÃdo ao falecido em tão inoportuna situação, tinha-lhe despertado algum interesse humano pela personalidade curiosa que lhe demonstrara, do tipo “a vida ou se vivia mesmo ou mais valia morrer. Lá vegetar não era com eleâ€.
O tio Hans terá morrido feliz. Para quem se gabava de “Terrei feito muita asneira na minha vida,(…)mas vivi realmente uma existência de homemâ€, a forma como morreu só veio confirmar a sua filosofia.OrquÃdea vê-se como única pessoa a importar-se com o morto – a famÃlia rica dele não se mostrou muito interessada no acontecimento – e enquanto ela vive outras histórias, suas e de outros, enquanto revive amores e desamores, o tio Hans vai estando sempre presente, até como bitola de comportamentos na sociedade.
Segundo o autor da novela, …†Para OrquÃdea era o morto que partia, só ele; e cá em baixo a vida persistia, mas uma vida dissoluta, de madrugada sem forças, (…) A vida tornava-se à quela hora quase intransitável, uma comédia tão torpe, uma beberagem tão repulsiva…
Ora! Era a madrugada, a confrangedora madrugada dos pesares e dos pavores…