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BOM ESCRITOR E UM ESCRITOR MORTO, UM
978-972-699-891-4
Nos últimos vinte e cinco anos, eventos traumáticos – uma revolução, uma guerra sangrenta, purgas polÃtcas, dificuldades económicas, repressão religiosa e censura – tiveram lugar no Irão. Contudo, um verdadeiro renas-cimento cultural está a ocorrer na literatura, na arte, na música e no cinema do paÃs. O público ocidental tem tido contacto com este surto de criatividade através do fascÃnio recente pelo cinema iraniano. Apreciar os novos rumos na literatura tem sido mais difÃcil, uma vez que não está disponÃvel em traduções para os leitores que não dominam a lÃngua. No ano em que se assinalam os 30 anos da Revolução de 1979, e num momento especial-mente conturbado da história polÃtica do paÃs, esta antologia constitui um passo para remediar essa situação, apresentando uma amostra, ou, como traduz a palavra persa golchine, um bouquet dos melhores contos e excertos de romances escritos dentro e fora do Irão desde a Revolução, proporcionando assim um novo acesso a uma literatura em grande parte ainda por descobrir e um contributo para o melhor entendimento de uma cultura rica e complexa.
Esta selecção de escritores iranianos divide-se em duas partes. O primeiro grupo é composto pelos escritores já publicados e estabelecidos antes da revolução e que continuaram a escrever depois dela, como Mahmud Dowlatabadi, Hushgang Golshiri, Simin Daneshvar (a primeira mulher romancista), Nassim Khaksar e Iraj Pezeshkad. O segundo grupo é composto por escritores que começaram a escrever, publicar e a ser lidos depois da revolução. Este grupo diversificado aborda temas novos e tabu, ancorados em situações menos ideológicas. Figuram neste grupo Reza Daneshavar, Farkondeh Aghai, Assghar Abdollahi, Seyyed Ebrahim Nabavi, Shahriyar Mandanipur, Ghazi Rabihavi e Goli Taraghi.