Numa noite mágica de 1966, numa cidade de provÃncia de que mal conhecemos o nome - enquanto se lutava no Vietname, se insurgiram em Ãfrica os primeiros movimentos independentistas e, em Espanha, havia uma ditadura que provocava uma sinistra paralisia - um bar chamado Café Hugo converte-se no refúgio de uns quantos homens e mulheres cujas histórias encerram os mais obscuros desejos e segredos.
Nessa noite, enquanto a cidade se prepara para assistir a um eclipse e, com ele, os clientes do bar aguardam uma nova esperança ou um final apocalÃptico - o Café Hugo metamorfoseia-se num ventre de baleia, num porto perdido, na ilha derradeira, no cume de uma montanha onde o ar é rarefeito.
O romance esmiuça as vidas - verdadeiras ou sonhadas - de um leque de personagens admirável ( uma velha louca, uma cantora lÃrica frustada, um veterinário apaixonado pela astronomia, um cego que vê mais do que muita gente, um médico cornudo, uma criança perversa...), ao mesmo tempo que narra a biografia do próprio Café Hugo, lugar mÃtico e tenebroso nave dos loucos contemporânea.
Obra introspectiva mas contada a várias vozes, Café Hugo é uma odisseia moderna com um final absolutamente surpreendente.
A sua estrutura original e uma linguagem que nos seduz desde a primeira página fazem dele um dos livros fundamentais da literatura actual e uma metáfora da própria vida.