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CANCOES DE AMOR EM LOLITA'S CLUB
Campo Da Literatura nº 135
978-989-625-094-4
"A mentalidade portuguesa do século XVI, vista em conjunto, parece o resultado de duas linhas de influência: uma que vem das actividades ultramarinas, outra derivada do contacto com a Europa culta. A convivência do paÃs com os meios intelectuais de além-Pirenéus começou a acentuar-se no zénite dos Descobrimentos. Deu-se, desde então, uma afluência crescente de estrangeiros aos nossos centros comerciais e marÃtimos. Os primeiros a chegar foram os espiões, mareantes e homens de negócio, atraÃdos pela esperança de prémios e lucros fabulosos. Os turistas e letrados vieram logo a seguir - mas a curta distância. (…) Paralela a esta presença dos estrangeiros em Portugal, há uma presença dos portugueses no estrangeiro. Os reis, imitados pelos grandes do reino e pelos prelados diocesanos e congreganistas, subsidiaram, desde cedo, estudantes desejosos de aprenderem nas escolas italianas e francesas a ciência do direito e da religião. (…)
O Humanismo não foi apenas uma atitude literária. Foi também uma tentativa de reconsideração, ao mesmo tempo estética e filosófica, dos costumes e concepções do homem cristão. Deu à gente culta o gosto pelo recurso directo à fonte do saber antigo, ressuscitando não só os clássicos da literatura, mas também os clássicos do pensamento. O movimento desenvolveu-se, porém, lentamente; só chegou ao campo da filosofia e das ciências depois de ter repousado por algum tempo no das letras e das artes. Mas, sendo o Renascimento uma espécie de convite à purificação da inteligência nas águas santas da cultura clássica, devia conduzir, cedo ou tarde, à revisão da Escolástica. E assim sucedeu no limiar do século XVI."