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CULTURA ENTRE CULTURAS VOL2
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A Cultura ENTRE Culturas dedica este número ao encontro entre Ocidente e Oriente, na circunstância oportuna da comemoração dos 500 anos da chegada dos portugueses a Goa.
Para começar, uma homenagem a dois vultos que recentemente partiram: Raimon Panikkar, membro da comissão de honra e colaborador da revista, um Ãcone do diálogo Ocidente/Oriente, e António Telmo, figura maior do pensamento português contemporâneo.
No que respeita aos ensaios, Carlos João Correia mostra como a questão da identidade pessoal se antecipa na filosofia indiana clássica, bramânica e budista. Rui Lopo apresenta uma visão panorâmica da sua investigação sobre a recepção ocidental do budismo. Amon Pinho mostra a evolução do pensamento de Agostinho da Silva sobre o budismo e o cristianismo. Paulo Borges assinala a fecundidade do entre em Fernando Pessoa.
Na secção «Éditos e inéditos», o cientista e monge Matthieu Ricard sintetiza o diálogo entre as neurociências ocidentais e a tradição budista, sob a égide do Dalai Lama, bem como as descobertas cientÃficas recentes acerca dos benefÃcios da meditação. Françoise Bonardel pondera o lugar de Deus, dos deuses e do divino no (mono)teÃsmo e no budismo.
Dzongsar Khyentse Rinpoche adverte para os problemas da transposição do budismo para o Ocidente. Há ainda lugar para uma entrevista de Giangiorgio Pasqualotto. Ricardo Ventura transcreve um trecho de um manuscrito do século XVI, que mostra o lugar pioneiro dos missionários portugueses no conhecimento da cultura hindu no Ocidente.
Numa secção com textos vários, a visão de António Telmo de um Camões interiormente persa articula-se com a reflexão de Sam Cyrous sobre religião e polÃtica na Pérsia antiga e no Irão contemporâneo. Miguel Gullander medita sobre o «cadáver» e a «silenciosa testemunha em tudo o que acontece». Duarte Braga problematiza o «orientalismo» na poesia de Gil de Carvalho e Abdul Cadre inicia-nos no Caminho de Santiago e nos enigmas dos dois decapitados, Santo Iago e Prisciliano.
Quanto aos poetas, a sua voz surge «entre-calada» pela dos sábios e dos santos homens. Abre-se com Rumi e «Cruz e cristão, de ponto a ponto sondei». Seguem-se as palavras e imagens de Vicente Franz Cecim, Ethel Feldman, Maria Sarmento, Longchenpa, Flávio Lopes da Silva, Sylvia Beirute, Donis de Frol Guilhade, Simeão, T. S. Eliot, Rómulo de Andrade e João Paulo Farkas.