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DE VOLTA AO CONTINENTE POETICO ESQUECIDO AS RIMAS INFANTIS
978-989-659-096-3
Este livro resulta da recolha, pesquisa e dedicação de Maria José Costa à quilo a que chamou «o continente poético esquecido» - as rimas infantis. Espécie de arca de memórias, antologia/colectânea das rimas infantis recolhidas e editadas até à data, com especial incidência nos colectores de princÃpios de século xx - Adolfo Coelho, Teófilo Braga, Tomás Pires, Pires de Lima e José Leite de Vasconcelos -, este livro é habitado por todas as gerações que ouviram, repetiram e recriaram as rimas infantis em Portugal no conhecido e curioso processo definidor da cultura tradicional de transmissão oral: o processo circular e simultaneamente expansivo e desmultiplicador «de boca a orelha». Por aqui perpassam lengalengas como O Castelo de Chuchurumel, canções de roda como Bom barqueiro, bom barqueiro, adivinhas como À meia-noite se ergue o francês, sabe da hora não sabe do mês... ou trava-lÃnguas capazes de embaraçar o mais afoito e escorreito falante. Podemos ainda encontrar as rimas de zombaria, tão do agrado das crianças (por vezes tão cruéis!) e as respostas prontas ou estereotipadas que tanto jeito dão para as várias situações e contextos em que a criança se vê por vezes enredada. Romances como Indo eu por à abaixo que, saÃdos do romanceiro, percorreram os pátios das escolas durante gerações; superstições infantis sobre o tempo, os animais ou o corpo; fórmulas de selecção e ensalmos, orações que as crianças repetem mimando e mofando a religião católica; rimas de interpretação do som dos sinos, do tambor e das vozes dos animais, entre outros. Rimas que acompanham a primeira infância, a idade escolar e os códigos sociais que as regem; rimas em contos e contos rimados, entre eles o do macaco que trocou o rabo por uma viola e se foi embora, para Angola ou não; ou a do velho, do rapaz e do burro que termina com o alerta «mais tolo é quem dá ao mundo satisfações» - pequenas e grandes aprendizagens também elas ritmadas pelas rimas infantis. E livros como este fazem falta e fazem sentido.