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ECA DE QUEIROS E O NATURALISMO NA PENINSULA IBERICA
972-9810-10-X
Empreende-se neste livro o estudo da recepção do Naturalismo francês nas literaturas portuguesa e espanhola do último quarto do século XIX, com particular incidência nas obras de dois dos seus autores mais representativos: Eça de Queirós ocupa a posição de destaque que lhe advém do facto de ter sido o primeiro escritor ibérico a adoptar as técnicas narrativas introduzidas por Flaubert e instituÃdas por Zola; entre os escritores espanhóis, é atribuÃdo particular relevo a Leopoldo Alas "ClarÃn", o principal crÃtico e também o principal romancista que o movimento naturalista gerou no paÃs vizinho. São, claramente, dois escritores com formação literária idêntica, pois o "provincianismo universal" leu e aprendeu com os mesmos autores que interessaram ao cônsul cosmopolita. No entanto, as obras dos dois romancistas e a sua recepção reflectem também as subtis divergências igualmente existentes entre os naturalismos português e espanhol, que podemos sobretudo relacionar com o acolhimento mais célere da estética naturalista em Portugal e com a diferente projecção que teve nos dois paÃses e ideologia positivista. Além disso, ClarÃn e vários outros escritores espanhóis da mesma época foram também leitores de Eça.