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EUROPA SEGUNDO PORTUGAL, A
978-989-616-467-6
Perdido o império, virámos os olhos para a Europa como uma espécie de ponto de fuga, uma tábua de salvação para o nosso secular atraso e subdesenvolvimento. A Europa tornou-se, com a democracia, uma espécie de utopia possÃvel. Mas o tema da Europa impôs-se pelo menos desde o tempo do Marquês de Pombal, na medida em que a propaganda pombalina tornou a Europa das Luzes, mitificada, uma meta a atingir e a superar, e, ao mesmo tempo, uma bitola pela qual passámos a medir os nÃveis de atraso e progresso do paÃs. Ficámos desde então obcecados por uma Europa idealizada que querÃamos igualar e da qual sempre nos sentimos tão distantes. Foi então que ganhámos o terrÃvel e crónico complexo de «paÃs-cauda da Europa». Hoje, o mito da Europa do progresso permanece intocável, apesar de todas as desilusões da integração europeia. Nem sempre nos sentimos cauda da Europa. Antes pelo contrário: A Europa segundo Portugal atesta-o.