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HOMO AESTHETICUS
978-972-441-664-9
[...] o trabalho de Luc Ferry, desenrolando-se, desde sempre, no campo polÃtico-social, está conduzido por um objectivo filosófico preciso, que constitui, aliás, um importante sinal da sua inserção histórico-filosófica; mostrar os limites das correntes de extracção anti-humanista através de uma arqueologia da individualidade susceptÃvel de volver-se em afirmação do indivÃduo como categoria central do pensamento moderno tanto quanto do mundo moderno. Ora, foi aÃ, como eixo medular do pensamento polÃtico moderno, que Ferry encontrou a categoria de gosto.
[...] Indissociável de um pensamento que conceptualize o conhecimento sensÃvel imanente a cada obra, a arte é, profundamente, uma ocorrência social e polÃtica não no sentido em que mobiliza temas ou interesses sociais e polÃticos mas porque as mutações históricas ou conceptuais relativas ao que seja arte são, por excelência, o lugar onde a imagem de si social e polÃtica de uma sociedade é legÃvel na sua maior depuração. E a noção de gosto, antes de referir-se ao universo artÃstico, designou um contorno particular da sociabilidade."
António Pedro Pita