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INGLATERRA E FRANCA NOS MAIAS IDEALIZACAO E REALIDADE
972-21-1502-2
Os Maias marcam uma viragem na estética queiroziana mas não uma mudança de visão. Representam o abandono do naturalismo mas reforçam a atitude negativa que Eça de Queiroz tinha da sociedade portuguesa. À indigência nacional são contrapostos os paradigmas da França e da Inglaterra. Mas seriam os modelos perfeitos?
O autor desta obra defende que sobre o realismo de Eça de Queiroz desdobra-se o véu de uma idealização tÃpica de um certo cosmopolitismo nacional, dessa tendência que faz do quintal alheio o jardim de virtudes da nossa ilusão.
Relevando a originalidade, a qualidade formal e a importância crÃtica de uma obra cuja leitura nos arrasta de pormenor em pormenor, de descoberta em descoberta, até à resolução do conflito entre idealização e realidade que é o objecto principal da sua argumentação, afirma A. Campos Matos no seu comentário preambular a este ensaio:
«Cento e doze anos depois da publicação d'Os Maias, e apesar dos milhares de páginas de estudos e comentários crÃticos que o romance suscitou, há nele ainda matéria importante a explorar, como o prova o presente enfoque crÃtico, onde se consubstanciam duas qualidades primaciais: uma original e bem fundamentada congeminação, e a capacidade de a traduzir sob forma concisa e aliciante. Daà que este estudo venha enriquecer o nosso lastro crÃtico sobre a obra de Eça de Queiroz, e venha prolongar as leituras que dela fizemos e haveremos de continuar a fazer, ajudando-nos a interpretar o significado, nem sempre imediatamente visÃvel, de referências que se escondem sob a fluência e encantamento da sua narrativa.»