LEMBRO-ME QUE
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Para assinalar os 40 anos da Revolução, a Quetzal recupera Lembro-me que... de Ferreira Fernandes: memórias em forma de pequenas crónicas (ou crónica em pequenos fragmentos de memória) dos dias do ano de 1974 que antecederam o 25 de Abril. Os pedaços de quotidiano pessoal e social, a acção dos grupos de oposição ao regime, a vida cultural e artÃstica, os corredores do poder, os jornais e a televisão, a efervescência nas colónias, tudo concorre para o retrato de um paÃs à beira da mudança, um paÃs prestes a recuperar as rédeas do seu próprio destino.
CRÃTICAS DE IMPRENSA:
«O conceito deste livro, Ferreira Fernandes foi buscá-lo a Georges Perec (Je me Souviens, 1978), que já o tinha colhido do americano Joe Brainard. A ideia é recuperar o passado através de flashes, pequenos fragmentos de prosa acesos por uma invocação (Lembro-me Que…) – ao mesmo tempo um trabalho da memória e um “exercÃcio poéticoâ€. Recorrendo a este mecanismo narrativo, Ferreira Fernandes não enveredou pelas reminiscências pessoais (como Brainard) nem pelas impalpáveis nostalgias quotidianas (como Perec). O objetivo era outro: “Pretendo contar uma bela data de Portugal, o 25 de Abril de 1974, lembrando pequenos e menos pequenos instantes que imediatamente a antecederam.†Ou seja, episódios ocorridos num perÃodo de quase quatro meses, entre 1 de janeiro e o “grande diaâ€. Dez anos após a primeira edição, Lembro-me Que volta em boa hora para nos mostrar como era Portugal em vésperas da grande mudança.»
José Mário Silva, Expresso