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O livro que é uma porta aberta para o mundo secreto do crime organizado, podia ler-se na capa da primeira edição desta Mão Direita do Diabo (nº 56 da Colecção Rififi, Editorial Ibis). Não era bem verdade, já que Peter Maynard podia ser um assassino profissional, mas trabalhava sozinho. Podia usar uma Beretta como qualquer outro, mas depois ouvia Mozart e Debussy. E lia Céline e Dos Passos. E citava John Huston e Howard Hawks. E até tinha uma consciência a quem tratava por tu em prolongados monólogos. Contudo, Dennis McShade também não era nada americano. Era o bem português Dinis Machado, o mesmo que, dez anos depois, surpreenderia a literatura com O Que Diz Molero. De maneira que, no fim, bate tudo certo.
Em menos de um ano, entre 1967 e 68, e sob o disfarce deste seu quase homónimo americano, publicaria ainda Requiem Para D. Quixote e Mulher e Arma com Guitarra Espanhola, livros que a AssÃrio & Alvim tem agora o prazer de reeditar, pela primeira vez para o público em geral, quarenta anos depois.
Um bom assassino profissional, Maynard, é como um bom actor, um bom polÃtico ou um bom vendedor de pentes. Importante é que se saiba o que se está a fazer, com eficiência. E, no teu caso, com sobriedade.
Dos monólogos maynardianos