MEDICOS DOENCAS E DOENTES

Este é um livro que fala de médicos, doenças e doentes.
Não se trata de uma denúncia sensacionalista das zonas escuras ou menos transparentes que existem no seio da “saúde”, à maneira, aliás, do que acontece com a generalidade das instituições, por mais respeitáveis que sejam.
O bom e o mau, o certo e o errado, o apócrito e o autêntico, a irracionalidade sob a forma de preconceitos e a racionalidade científica convivem pacificamente como se tratasse de uma fatalidade inelutável.
É precisamente neste quadro que surge Médicos, Doenças e Doentes, um livro que tem como objectivo primordial preencher uma lacuna, ao entreabrir a porta por onde o doente pode ter acesso a uma realidade que julga conhecer, mas que na verdade ignora substancialmente por apenas lhe captar os contornos exteriores.
A haver uma cruzada – é o autor quem o diz –, não é contra o médico nem contra o doente, mas contra uma forma dominante de exercício de medicina – a medicina sintomática ! –, que é um produto do “sistema”, “uma excrescência mais da cultura contemporânea” e que, por razões que lhe escapam, “sempre que se debatem os magnos problemas da saúde, esse parâmetro fundamental que condiciona a qualidade do acto médico está sistematicamente ausente”.
Por outro lado, Médicos, Doenças e Doentes, ao tornar mais claras algumas matérias na área da “saúde”, fornece ao leitor conhecimentos básicos que, embora dispersos, podem ser de utilidade não despicienda sempre que ele, os familiares ou até amigos têm de percorrer os seus meandros.