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MUITO PRAZER EU SOU A MORTE
978-989-51-1860-1
“Muito prazer, eu sou a morte†é uma fantasia encharcada de realidade. Ou vice-versa. Foi a definição que ouvi do próprio autor, com o testemunho lúcido de um tinto alentejano. O livro foi escrito para libertá-lo de um código moral estreito e injusto, cruel como poucos, do qual ele foi uma espécie de vÃtima espiritual (e à s vezes quase fÃsica) desde a infância até grande parte da vida adulta. Esse enfrentamento inconformado pesava como um fardo. Afinal, pacificou-se na morte do personagem, que não é outro senão ele mesmo. Daà porque alguém que me pareceu sempre denso, sólido, maciço, surgiu de repente leve como uma folha ao vento, de alma lavada, quando me deu a ler os originais recém-concluÃdos.
Mas que o leitor não se engane. Jorge Oliveira continua vivÃssimo e é hoje um homem do mundo. Festivais internacionais de cinema reclamam sua presença, seus documentários são exibidos (e premiados) desde Havana até New York. Só que tanto com imagens quanto com palavras, ele teima em continuar brasileiro nato, alagoano de alma sertaneja.
As longas vivências no Rio de Janeiro e em BrasÃlia, assim como as temporadas no estrangeiro, só fizeram fortalecer-lhe a raiz nordestina, da qual se nutrem seus valores, sua indignação, seu apetite de viver, sua verdade. Em resumo, injeta-lhe a seiva da criação, único antÃdoto para a morte.