OBAMA DO DESEJO AO PODER

«Enquanto o estio banhava de luz quente a Baixa de Boston, Obama seguia em frente de uma comitiva constituída por repórteres, assessores e um par de amigos – um grupo de cerca de duas dúzias de pessoas –, ziguezagueando por entre as grades de segurança encadeadas umas nas outras que protegiam o extenso pavilhão interior do FleetCenter. Antigo jogador de basquetebol na escola secundária, com quarenta e dois anos mas mantendo o entusiasmo por um jogo com os amigos, o esguio Obama inclinava a parte superior do tronco como se se dirigisse para a linha de marcação para fazer a jogada que iria decidir a vitória, jogada essa que ele acreditava estar destinado a efectuar. A sua cabeça estava erguida. O seu tronco envolvido num fato azul balanceava-se para os lados a cada passo que dava. A sua enorme resolução parecia estar no auge. Por uma boa razão: algumas horas mais tarde o legislador do Illinois e docente na faculdade de direito iria dar os seus primeiros passos na cena nacional para proferir a sua comunicação – que entretanto se tornou famosa – na Convenção Nacional Democrata.

De facto, tinha chegado a hora de Obama ficar sob as luzes da ribalta. E apesar de ela ter chegado relativamente depressa, inesperadamente e de maneira algo estranha com poucas semanas de aviso, Obama tinha agora à mão a oportunidade de provar ao mundo que conseguia jogar na liga de elite mais exclusiva de todas. Finalmente.» Obama, do Desejo ao Poder