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OCASO DAS LETRAS
978-989-51-1837-3
Embora escreva no silêncio, e sempre de madrugada (sou incapaz de escrever de dia), procuro aproximar o ritmo da prosa ao de uma composição melódica. Por exemplo, o “Olhei para Trás e Sorri…†assemelha-se a um Adágio. Uma história de amor idealizada até a um Absoluto. Já o meu 2º livro (“Queria Rever o teu Rosto ao Entardecerâ€) tem como elemento catalisador da acção uma música (o Stairway to Heaven, dos Zed Zeppelin).
A personagem central encontra-se na fila de trânsito diária, para o seu local de trabalho e, de repente, aos primeiros acordes desta extraordinária canção, mergulha no rio da memória, e relembra os quatro dias de uma viagem. No fundo, uma viagem iniciática.
Actualmente, tenho-me ocupado com outro género literário: as crónicas. É curioso, ao redigir as crónicas, também me habitam melodias, desde, por exemplo, Yann Tiersen, a Leonard Cohen. Como se o ritmo das palavras fosse uma transposição paradigmática de uma melodia. Porque, no fundo, o sentir é sempre individual, quer das palavras, quer da música. E dessa individualidade brota o diálogo que edifica a caminhada da arte. Por conseguinte, como escritor, a alteridade é um valor supremo. Jamais procuro condicionar a interpretação de um leitor, num determinado sentido. O que anteriormente escrevi é, apenas, a minha visão das coisas. Nada mais!