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PAISAGENS PROPICIAS, AS
972-795-117-1
A que tem acesso Ulisses, quando ouve sozinho o que as sereias cantam? é preciso que remem, aquém da experiência, de orelhas tapadas, os outros, para que Ulisses, amarrado, oiça. É prova imposta a quem? Ao próprio, que se obriga a ouvir, aos outros, privados disso, ou afinal a todos? Condição de acesso? De acesso a quê, para quem ouve e para quem não ouve? Na praia da Samba terão chegado à fala, SRO, no bar De Opunho, e antes de entrar no crescendo discursivo que o tirou do sério, disse só que encostado a uma das casuarinas que com os coqueios e a cortina da chuva suspendiam aquela praia toda numa tonalidade verde, baça e leve, diluÃda em cinza e iluminada pela irradiação da areia, e pela mansa ressaca das ondas- a pele do mar picada e a fervilhar, fustigada e varrida pelas rajadas das bátegas- o rei, quando o percebeu por perto, o chamou, lhe acenou com a mão para que se chegasse.
Associo-me à vertigem de SRO. É a minha vertigem.
Se falaram ou não, tinha ficado por saber, agora.