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QUATROCENTOS MIL SESTERCIOS
84-8130-317-8
Volume de uma colecção que procura divulgar escritores portugueses. Neste caso dá-se espaço ao já consagrado Mário de Carvalho, através de dois dos seus contos premiados. O primeiro, Quatrocentos mil sestércios, secunda, relativamente a Um Deus passeando pela brisa da tarde, a capacidade de autor em termos de investigação cientÃfica e o seu explanar para o plano ficcional das caracterÃsticas sociais, polÃticas, económicas e culturais da época romana, sobretudo na área da PenÃnsula Ibérica. O segundo, apoiado também nessa base, avança no tempo para tempos medievos, exorcizando a figura do conde Jano, já sobejamente referida em literatura sobre a época medieval, por exemplo alguns autores da geração de 70, os Desiludidos da Vida. Os dois textos partilham ainda a capacidade do autor de divagar em diversos estilos ficcionais, nomeadamente o conto, arejando os enredos curtos pela já habitual riqueza vocabular e gramática, atribuindo-lhe travos de conto popular, sujeito a um clÃmax de moralidade. Nesse aspecto, voltando à natureza de investigador do autor, constata-se o perfeito enquadramento da moral das duas histórias nas épocas retratadas, bastante distintas entre si, mas com a vertente de análise diacrónica dessa moralidade tÃpica de quem busca a perfeição do seu trabalho e quase a consegue alcançar, não fosse um ser humano sujeito à relatividade dessa avaliação.