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SAMARCANDA
972-29-0804-9
Samarcanda é a Pérsia de Ornar Khayyam, poeta do vinho, livre-pensador, astrónomo de génio, mas também a de Hassan Sabbah, fundador da seita dos Assassinos, a mais temÃvel da História.
Samarcanda é o Oriente do século XIX e do dealbar do século XX, viagem num universo onde os sonhos de liberdade sempre souberam desafiar os fanatismos.
Samarcanda é a aventura de um manuscrito nascido no século XI, perdido por ocasião das invasões mongóis e reencontrado seis séculos mais tarde.
Escrito no estilo colorido e poético dos velhos contos orientais, eis-nos perante um romance que é ao mesmo tempo uma apaixonada meditação sobre a verdadeira essência da Pérsia, aqui abordada sucessivamente em dois perÃodos cruciais da sua história:
A dominação da dinastia turcomana dos Seljúcidas, nos séculos XI e XII;
O dealbar do século XX em que despontam os anseios de reformas democráticas e de emancipação patriótica.
Na primeira parte, assistimos ao desabrochar do génio de Omar Khayyam, poeta, filósofo, matemático e astrónomo, em cujo livro de quadras, os Robaiyat, se espelha e refugia a natureza profunda da Pérsia, dilacerada entre o jugo do invasor e o fanatismo de um dos mais radicais avatares do xiismo, então nascente com autêntica feição nacional: a seita dos Assassinos.
Na segunda parte, redigida num tom onde a ironia se casa frequentemente com a amargura, narram-se as tentativas de afirmação nacional e democrática do povo persa, agora, no começo do século XX, sob o mando absoluto da dinastia autóctone dos Cajares, aliada à s potências europeias, mormente a Rússia e a Inglaterra. Tentativas frustradas, porquanto norteadas por valores ocidentais, de cunho excessivamente nacionalista e empÃrico, alheios à tradição espiritual persa.
Em jeito de alegoria final e sÃmbolo deste malogro, o Manuscrito de Samarcanda, que encerra os poemas escritos pelo próprio punho de Omar Khayyam. Irá afundar-se no Atlântico, enclaustrado no interior do Titanic, irrisório e trágico, florão da técnica ocidental. Ao ocultamento de tão perene rosto da Pérsia, seguir-se-á o desaparecimento da princesa Chirine, encantadora personagem feminina, guardiã da alma da sua nação e ao mesmo tempo anunciadora de um ressurgimento vindouro, de uma nova era em que o velho e o novo, o nocturno e o diurno, o visÃvel e o invisÃvel se caldearão para restituir à Pérsia a sua genuÃna face.
Uma vez mais, conduzindo-nos pela Rota da Seda através das mais fascinantes urbes da Ãsia, Amin Maalouf deslumbra-nos com o seu extraordinário talento de narrador.