SOMBRA DO PODER, NA

Este não é um livro de História. Também não é um livro de memórias, mas antes o relato de um conjunto de acontecimentos que permitem formular um juízo sobre um português que nascido em1936, atravessou um período fundamental da nossa Pátria. Pedro Feytor Pinto escolheu como regra de vida o serviço de «uma certa ideia» do nosso país, ideia esta impregnada no seio da família de fortes princípios onde nasceu. Experimentou desaires e fracassos, acusações e absolvições, mas nada o desviou desse ideal de serviço. «Tenho procurado ler tudo, ou quase tudo, quanto tem sido publicado durante este período que sucedeu ao golpe de Estado de Abril de 1974 e à Revolução subsequente. Muito se tem escrito e dito desde então, quantas vezes marcado por preconceitos ideológicos ou simplesmente pelo oportunismo do ¿politicamente correcto¿. Quantas vezes constato que se relata algo onde eu também estava e espanto-me ao perguntar-me: ¿mas, eu estava ali e não me lembro nada disto, ou nada se passou assim¿. Não posso deixar de concluir como o dramaturgo italiano, o Prémio Nobel Luigi Pirandello: ¿para cada um, sua verdade¿. Por essa razão, não pretendo escrever um livro de História, mas apenas contar muitas coisas que vi e sobre as quais tenho reflectido durante estes mais de 35 anos. Será, pois, a minha verdade, como eu a vi, sem pretender ser a verdade absoluta.