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TEMPO NAO EXISTE MANIFESTO, O (BILINGUE)
978-972-576-567-8
Neste texto de carácter dissertativo e persuasivo, o pintor Nadir Afonso expõe em forma de manifesto as suas teorias sobre a inexistência do tempo e sobre a matemática como essência da arte. Não há tempo, há leis, há espaço, há movimento e a crença dos homens que julgam pressentir o tempo. De acordo com o pintor ensaÃsta, "a evolução é movimento. As diferenças de energia estabelecem diferenças de espaço e de velocidade, mas não estabelecem diferenças de tempo. O movimento é determinado pelas energias da natureza, enquanto o facto tempo é determinado pelas sensações abstractas dos homens." No seguimento desta perspectiva ou como consequência da mesma, surge uma outra declaração intempestiva, cuja corroboração é feita neste texto ensaÃstico mas está, para além disso, bastante explÃcita na obra de Nadir Afonso: a matemática é a essência da arte, o artista é aquele que descobre as relações matemáticas e geométricas no interior da natureza. Esta perspectiva não se aplica apenas à s artes visuais, mas também à música ou à literatura, ambas feitas de sonoridades e ritmos matemáticos. Neste sentido, o artista é sempre aquele que procura intuitivamente, ou seja, sem disso ter consciência, as leis matemáticas, as leis geométricas universais que estão inscritas no mundo. Sobre o autor: Natural de Chaves, onde nasceu a 4 de Dezembro de 1920, Nadir Afonso muito cedo deu mostras da sua vocação artÃstica, tendo aos 4 anos desenhado um cÃrculo perfeito numa das paredes da sala. Mais tarde, depois de estudar Arquitectura na Escola de Belas-Artes do Porto, viria a trabalhar nos ateliers de Le Corbusier e de Oscar Niemeyer. No entanto, a sua paixão estaria sempre orientada para a pintura. É aliás como pintor, e como pioneiro da arte abstracta e da arte cinética em Portugal, que o artista alcança o reconhecimento unânime dos seus pares. Representado em museus de Lisboa, Porto, Rio de Janeiro, São Paulo, Budapeste, Paris (Centre Pompidou) e Berlim, entre muitos outros, Nadir Afonso é inquestionavelmente uma figura cimeira da cultura portuguesa do século XX, um teórico do fenómeno artÃstico, um pensador e sobretudo um criador.