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TRAVESSIA POR IMAGEM
978-989-8580-08-5
“Diz-me só a frase. Espera. Passa-me o bloco. Desta vez vou tomar nota. Diz.†“Como se fossem pétalas de um coração. É assim a frase mas eu entre parêntesis e sublinhado acrescentei lábios.†Zito dobrou a metade de folha do pequeno bloco e guardou-a na bolsa. Arrependia-se do beijo. A que propósito. Caridade? Nada. Mas deu a volta, retomou a situação, as lágrimas muito paralelas e não encontrou nem caridade nem compaixão ou algo semelhante. Teria sido instintivo ou por atração da maneira como Edna colocara a cabeça no braço dele, só isso, mais nada. “Edna, desculpa mas nunca te deveria ter beijado a boca.†“Desculpe mas fico completamente esmagada pensando que o camarada imagina que eu possa utilizar esse beijo contra si. A que propósito se eu nunca serei contra si mesmo depois desta SINOPSE SOBRE O AUTOR AUTOR Manuel Rui, nasceu em Nova-Lisboa, hoje Huambo, em 1941. Licenciou--se em direito na Universidade de Coimbra, Portugal, onde desenvolveu advocacia e foi membro fundador do Centro de Estudos JurÃdicos. Ainda em Coimbra, foi membro do Centro de Estudos Literários da Associação Académica de Coimbra e redator da revista de cultura e arte Vértice. Tem colaboração dispersa em diversos jornais e revistas. Figura em Antologias de ficção e poesia. É autor da letra do Hino Nacional de Angola e da versão angolana da Internacional e autor de canções com parcerias com Rui Mingas, Paulo de Carvalho e Carlos do Carmo (Portugal) e Martinho da Vila (Brasil), entre outros. É membro fundador e subscreveu a proclamação da União dos Escritores Angolanos, bem como da União dos Artistas e Compositores Angolanos e da Sociedade de Autores Angolanos. Os seus textos estão traduzidos para 15 lÃnguas. Renunciou ao prémio nacional de cultura na disciplina de literatura. Desenvolve a atividade de crÃtica, ensaio e crónica sendo convidado de inúmeros conferências, colóquios e festivais. sua preocupação machista. Um beijo. Não vi nenhuma intenção. Por isso não sei porque se arrepende. Verdade que eu nunca mais vou esquecer esse beijo mas por ser sua camarada, amiga e admiradora e transformar desde já a frase para como se fossem pétalas de uma insónia.†“Mau gosto. Uma insónia não tem pétalas!â€