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ULTIMO BANQUEIRO, O
978-989-23-2808-9
censão e queda de Ricardo Salgado.
Poucas vezes um banqueiro teve tanta influência sobre os destinos de um paÃs como Ricardo Salgado.
Ao longo de 20 anos, em todas as legislaturas, o BES foi o banco mais próximo do poder polÃtico – e o que mais benefÃcios colheu da máquina do Estado.
Sucederam-se os partidos, mas todos os governantes serviram o lÃder do clã EspÃrito Santo ou foram por ele servidos. Mas o “O Último Banqueiroâ€, que sobreviveu à queda da Monarquia, a uma ditadura e a uma revolução caiu como uma maçã podre – vÃtima dos erros próprios, e de uma economia agonizante. Ricardo Salgado demitiu-se no dia 20 de Junho de 2014. A data pouco importa, era uma morte anunciada. O BES tinha atingido o zénite da influência com o governo Sócrates, mas não resistiu à crise – e teve de ser o próprio banqueiro a empurrar o paÃs para os braços da troika. Com ela tornou-se muito mais rigoroso o escrutÃnio à banca; e chegaram dois ministros sem partido, VÃtor Gaspar e Ãlvaro Santos Pereira, pouco complacentes. As regras tinham mudado. E as antigas guerras de Salgado começaram a causar danos. Ãlvaro Sobrinho, o seu delfim, abriu uma frente de batalha mediática, expondo as fragilidades do grupo em Angola; a luta pelo controlo da Semapa, criou em Pedro Queiroz Pereira um inimigo terrÃvel, e a vingança deste foi pôr a nu as fragilidades do banco.
O BES, que esteve envolvido na maioria das PPP e privatizações (da Petrogal/Galp à ANA), que tinha participações estratégicas na PT e na EDP, que teve papel de relevo nas maiores OPAs e aquisições jamais feitas em Portugal, conhecia o outro reverso da medalha.