VENCIDOS DO CATOLICISMO, OS

"Há poemas que sempre resistem às apropriações imediatas. Outros, pela sua força simbólica, pela oportunidade da circunstância em que surgem, depressa se inscrevem na história. Tornam-se como que marcos miliários da passagem dos homens e do tempo. "Nós os vencidos do catolicismo", de Ruy Belo, pela primeira vez publicado em Homem de palavra(s) (1970), é seguramente um exemplo. Produto de um longo e amadurecido trabalho, como toda a dissertação académica ou investigação que intente ir além da superfície dos textos, este livro parte de problemas. Problemas humanos, bem actuais de resto, sempre situados em contexto. Raros historiadores têm usado a poesia como fonte - lembrem-se Joel Serrão, Jorge Borges de Macedo, António José Saraiva ou Óscar Lopes - em trabalhos marcantes na história cultural do nosso século XX. Jorge Revez retoma esse filão, tendo em conta muitas outras fontes, entre elas a imprensa periódica, ensaios, correspondência e entrevistas orais." Sérgio Campos Matos