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VOLTAS DE UM ANDARILHO, AS
978-972-37-1456-2
«Mais de duas décadas já se passaram sobre o desaparecimento fÃsico de José Afonso, e no entanto parece que foi ontem. Apesar disso, desde essa triste madrugada de Fevereiro de 1987, o mundo mudou como nenhum de nós podia então imaginar que mudasse. Desde o fim da União Soviética - que, nessa altura, quase todos nós ainda acreditávamos ser eterna ou, pelo menos, muito duradoura - até à unipolarização dos dias de hoje e à consequente submissão do mundo à vontade imperial da superpotência sobejante, tudo se tornou bem diferente do que poderia supor-se vinte anos atrás. [...] O mundo mudou imenso, de facto, nestes vinte anos. Mas não tanto que tenha feito com que as canções de José Afonso ficassem fora de moda ou se tornassem meros documentos de um tempo passado. [...] «A música é comprometida quando o músico, como cidadão, é um homem comprometido. Não é o produto saÃdo do cantor que define esse compromisso mas o conjunto de circunstâncias que o envolvem com o momento histórico e polÃtico que se vive e as pessoas com quem ele priva e com quem ele canta.» (José Afonso) «O Zeca era um génio. Não gosto de empregar esta palavra levianamente, no sentido norte-ou-sul-americano do termo. Somos todos geniais. Pois. Mas o Zeca era mesmo genial. E muito queria que isto não fosse um consenso, mas um dado adquirido. A diferença é subtil, mas fundamental. Porque o livro do Viriato dá a conhecer muito melhor o Zeca, e mais: dá vontade de ouvi-lo e gozá-lo e perceber como é que ele foi capaz de unir tantas referências numa obra criativa única. Um dado progressivamente adquirido, como eu gostaria que fosse a vida. Por breve que se progrida, por curta que para nós, felizes nós, tenha sido a vida dele.» (Sérgio Godinho)